2.4. O português arcaico
À medida em que os cristãos avançam para o
sul, os dialetos do norte interagem com os dialetos
moçárabes do sul, começando o processo de
diferenciação do português em
relação ao galego-português. A
separação entre o galego e o português se
iniciará com a independência de Portugal (1185) e se
consolidará com a expulsão dos mouros em 1249 e com a
derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram anexar o país. No
século XIV surge a prosa literária em português,
com a Crónica Geral de Espanha (1344) e o
Livro de Linhagens, de dom Pedro, conde de Barcelos.
Entre os séculos XIV e XVI, com a construção
do império português de ultramar, a língua
portuguesa faz-se presente em várias regiões da
Ásia, África e América, sofrendo
influências locais (presentes na língua atual em termos
como jangada, de origem malaia, e chá, de
origem chinesa). Com o Renascimento, aumenta o número de
italianismos e palavras eruditas de derivação grega,
tornando o português mais complexo e maleável. O fim
desse período de consolidação da língua
(ou de utilização do português arcaico) é
marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de
Garcia de Resende, em 1516.
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