2.3. O galego-português
No século XI, à medida que os antigos domínios
foram sendo recuperados pelos cristãos, os árabes
são expulsos para o sul da península, onde surgem os
dialetos moçárabes, a partir do contato do árabe
com o latim.
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Mapa da reconquista cristã do território de
Portugal
Com a Reconquista, os grupos populacionais do norte foram-se
instalando mais a sul, dando assim origem ao território
português, da mesma forma que, mais a leste na Península
Ibérica, os leoneses e os castelhanos também foram
progredindo para o sul e ocupando as terras que, muito mais tarde,
viriam a se tornar no território do Estado espanhol.
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Com o início da reconquista cristã da
Península Ibérica, o galego-português consolida-se
como língua falada e escrita da Lusitânia. Em
galego-português são escritos os primeiros documentos
oficiais e textos literários não latinos da
região, como os cancioneiros (coletâneas de poemas
medievais):
- Cancioneiro da Ajuda - Copiado (na época ainda não
havia imprensa) em Portugal em fins do século XIII ou
princípios do século XIV. Encontra-se na Biblioteca da
Ajuda, em Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase todas são de
amor.
- Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da
biblioteca Vaticana, copiado na Itália em fins do século
XV ou princípios do século XVI. Entre as suas 1.205
cantigas, há composições de todos os
gêneros.
- Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins
do século XV ou princípios do século
XVI. Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do
Cagli, em Ancona, foi adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa,
onde se encontra desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, há
composições de todos os gêneros.
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