3.4.e. São Tomé e Príncipe
Em São Tomé fala-se o forro, o angolar, o tonga e o monco (línguas
locais), além do português. O forro (ou são-tomense) é um crioulo de
origem portuguesa, que se originou da antiga língua falada pela
população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou perto
da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram
nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o
angolar, um outro crioulo de base portuguesa mas com mais termos de
origem bantu. Há cerca de 78% de semelhanças entre o forro e o
angolar. O tonga é um crioulo com base no português e em outras
línguas africanas. É falado pela comunidade descendente dos
"serviçais", trabalhadores trazidos sob contrato de outros países
africanos, principalmente Angola, Moçambique e Cabo-Verde.
A ilha do Príncipe fala principalmente o monco (ou principense), um
outro crioulo de base portuguesa e com possíveis acréscimos de outras
línguas indo-européias. Outra língua muito falada em Príncipe (e
também em São Tomé) é o crioulo cabo-verdiano, trazido pelos milhares
de cabo-verdianos que emigraram para o país no século XX para
trabalharem na agricultura.
O português corrente de São Tomé e Príncipe guarda muitos traços do
português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção
sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média
e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela
população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade
utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os
estudos feitos em Portugal.
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